Lynne Connolly - Lightning Unbound (Even Gods Fall in Love #1)



Ficha técnica: Lightining Unbound
Autora: Lynne Connolly
Editora Samhain Publishing
Lançamento original: 13/maio/2014
Lançamento BR: ainda não
287 páginas
POV: terceira pessoa
Gênero: Romance de época; Chick Lit; Fantasia

Protagonistas: Gerard Sterling, Conde de Ellesmere, e Faith Bradley
Local/ano: Inglaterra/1724;1754

"O que o coração quer, ele encontra uma maneira de tomar.


Quando Gerard Sterling, conde de Ellesmere, corre para Bethlehem Hospital, também conhecido como Bedlam - para resgatar um amigo indevidamente preso, ele é surpreendido ao ouvir uma voz em sua cabeça que não pertence à sua irmã, com quem compartilha uma ligação mental .

Fascinado e encantado com Lady Faith Bradley, inspirado por sua dedicação em salvar o irmão dos horrores da ala dos Incuráveis, ele inclui-os na sua missão de resgate. Mas ele não poderia cortejá-la - não com uma doença fatal que mina mais de sua força a cada dia.

Faith iria enfrentar dragões para manter seu irmão seguro das garras de seu pai em seu esquema de mudar seu herdeiro. Mas é Gerard, que sente a morte lhe rondando, que ganha seu coração.

Em seguida, é revelado que Gerard não é outro senão a reencarnação de Zeus, e eles enfrentam um inimigo muito mais perigoso - Kronos, cujo plano para recuperar o poder inclui a morte de Gerard. Para frustrar seu plano, Gerard e Faith devem manter-se firme  no poder do amor ... e desafiar o Destino.



Numa época em que os seres humanos com suas invenções e tecnologias estão cada vez mais longe de sua fé, os deuses, há muito esquecidos, passam a viver no meio deles sem serem reconhecidos.
Por mais que tenham a eternidade à sua frente, certas rusgas parecem não ter fim.
Kronos ainda deseja exterminar Zeus - ou Jupiter, como é chamado aqui. E para isso, ele tem o plano perfeito...

Gerard, o conde de Ellesmere, vai até Bedlam, conhecido asilo para loucos, soltar o marquês de Stretton, que encontrava-se lá acorrentado.
Gerard não era exatamente amigo íntimo de Stretton, mas de uma maneira inexplicável, ele "ouviu" o que deveria fazer. Curioso para saber como isso era possível, porque até então ele só tinha esse tipo de link com sua irmã, Deborah,  ele obedece a voz.  
No hospital, quando manda soltarem Stretton, ele vê uma bela mulher, também visitante, e ouve-a pedindo ajuda em sua mente.

Opa! Agora já seriam três as pessoas que conseguiam alcançá-lo desta forma.

Ao aproximar-se dela e pagar 25 guineas pela liberação de quem ela visitava, Gerard fica sabendo que George Fordhouse estava ali preso injustamente pelo seu próprio pai.  George não era de todo louco, mas tinha um leve atraso mental. O pai, o Visconde Pendford, envergonhado em ter um herdeiro assim, já que George era seu mais velho, colocou-o naquele lugar, acorrentado, para que de fato enlouquecesse e tivesse testemunhas desse fato, tornando, assim, possível, destituí-lo e colocar seu filho caçula, Simon, como legítimo herdeiro.
Faith era irmã dele e sempre lhe cuidara.
O pai arranjou um casamento para ela com um homem muito mais velho, Sir William Bradley, mas que lhe era compreensível e entendia o cuidado que ela tinha com seu irmão mais velho. Mas com a morte de seu marido, Faith se vê sendo chantageada pelo pai a abrir mão de sua pensão - e consequentemente de sua independência e da possibilidade de cuidar por si só do irmão.

Ao retirar tanto o marquês quanto George do asilo, Gerard leva ambos para sua casa, onde morava com seu pai, o Duque de Boscobel.

Faith já há algum tempo morava em Vinegar Yard, um lado obscuro da cidade, para manter-se longe do radar do pai. Ao ser hóspede na casa do duque, ela foi recebida de braços abertos tanto pelo próprio duque quanto por sua filha, Deborah, que logo tornou-se aliada de Faith e emprestou-lhe roupas.

Gerard estava encantado por ela, mas havia um sério problema. Ele já havia se consultado com vários médicos e todos disseram o mesmo: a doença dele, rara, o estava matando. E pior, ela poderia ser transmitida à sua parceira. Ele sentia extrema fadiga e fortes dores de cabeça que o obrigavam a se recolher ao quarto por horas. Além disso, estranhamente, o seu sangue não era vermelho, mas como a água.

O duque aceita a permanência dos convidados porque como um homem ávido pelo poder, logo haveria nova eleição no Parlamento, e ele precisaria de todos os aliados possíveis. E apesar de George ter algumas limitações, ainda era um nobre.
Se o visconde queria esconder o filho, Gerard tem a ideia exatamente contrária. Para ele deveriam começar a sair mais com George, mostrá-lo em alguns eventos da sociedade, cavalgar com ele no parque, para que houvesse outras tantas testemunhas de que ele não era louco. As novas roupas mandadas fazer seriam pagas, é claro, pelo próprio visconde. E para isso, eles teriam o apoio do duque.

A primeira saída foi ao teatro, no Covent Garden. Lá, numa nova tentativa, Gerard confirma que ele e Faith podem falar pela mente, mas uma terceira voz entra no diálogo deles. Agora, eles teriam de unir forças para descobrir que estranho dom era aquele, por que eles conseguiam fazê-lo e quem era aquela outra voz.

Apesar da doença do filho, Boscobel queria casá-lo com uma das meninas Howard. Mais uma boa conexão política. Além disso, Lady Brangton, cujo baile aproveitou para empurrar novamente uma de suas filhas em cima de Gerard, não desistia fácil.
Tendo toda essa pressão a arranjar logo uma noiva e com o aparecimento do pai de Faith na casa dele, com a presença de um médico para constatar que George requeria "cuidados especiais" e um outro "velho" para casar-se com Faith, Gerard não viu outra alternativa - para salvar a ambos - do que dizer que ele e Faith estavam noivos.

Faith já sabia da estranha doença de Gerard e que, por causa disso, eles não poderiam ir às vias de fato na cama. Ela, por sua vez, não tinha boas recordações dessa área quando estava casada com Sir Bradley (ele não tinha a maioria dos dentes e, no inverno, era dado a não tomar banho). Assim , o casamento seria mais de fachada e eles apenas "brincariam". Mas resolveram testar para ver se na prática a teoria daria certo. Só que no dia seguinte a cidade inteira já sabia do encontro amoroso deles. 
A camareira?
Muito pior...

E é quando todas as peças começam a se encaixar e Gerard descobre quem de fato ele, quando Stretton lhe conta toda a verdade...


Todos os seres, Anciãos (Antigos) e mortais nascem com a capacidade de compartilhar pensamentos  - o que tornaria a falta de privacidade em algo horrível. Mas com o tempo os mortais perdem esta capacidade; exceto alguns, como Faith, e os Antigos. 
O sangue destes é tão puro - por isso não ser vermelho - que ao contato com seres humanos pode matar. Eles podem ter relações com os humanos porque não é o sêmen que mata, mas o sangue. Os gregos antigos chamam isso de ICOR.
Quando um Antigo "morre", sua essência não se perde, mas é transferida a uma criança por nascer. Uma pessoa diferente nasce, mas com os mesmos dons.

Há exatos 30 anos algo assim ocorreu. Houve uma reunião de Antigos num castelo, mas algo dera errado e este pegou fogo. Muitos morreram, tendo suas essências espalhadas, outros poucos conseguiram fugir.

Stretton na verdade é Baco. Ele tem a capacidade de causar loucura, e havia feito isso nele mesmo, para fazer com que Gerard fosse àquele asilo buscá-lo e lhe desse morada por um tempo, Assim, Stretton poderia observar Gerard mais de perto e descobrir sua verdadeira identidade. Além disso, como deus do vinho, ele precisa estar sempre bebendo alguma coisa para não se distanciar de sua natureza.
No camarote em que estavam tendo essa conversa, acaba entrando alguém sem ter sido convidado - pelo menos não audivelmente. Amidei Masino, conde D'Angelo, mas também conhecido como Mercúrio, ou Hermes, mensageiro dos deuses e patrono dos médicos.

Dessa forma, Gerard acaba se encontrando e descobre que ele mesmo é Júpiter, o pai de todos os deuses, mas que, por alguma razão, a sua memória havia sido apagada.
Naquele incêndio de 30 anos atrás, Júpiter nasceu numa nova criança (eles não são exatamente imortais. Podem morrer por ferimentos, fome ou sede, mas doença e idade não os matam). Agora, ele teria de descobrir por que ele estava sendo levado a acreditar que estava morrendo, que não podia ter relações ou casar (e quanto a isso havia até a questão de que o contrário era mais do que necessário) e como se livrar de seu verdadeiro algoz.



Gente!!! Para quem gosta dos 2 gêneros - romance de época E mitologia - esta série é um prato cheio.
Apesar de boa parte da história acontecer no período vitoriano, algumas cenas remontam à verdadeira guerra de titãs, com toda aquela briga de raios e trovões.
Este primeiro livro, como a apresentação do enredo e o personagem principal sofreu uma espécie de lavagem cerebral ao longo dos anos, demora um pouco mais a engrenar, mas nem por isso se torna chato. A partir dos próximos, como os personagens sabem exatamente quem são no Panteão Olimpiano, tudo é mais direto.

A heroína não é patética, mas tem suas limitações dadas as leis da época em que a mulher tinha pouco ou nenhum direito; ela era uma mera mercadoria, moeda de troca.
George, apesar de suas limitações mentais, é um personagem fofo.
Já Stretton e D'Angelo...Uau! Mal posso esperar para ler suas histórias.

Os personagens também surpreendem porque você nunca sabe quem pode ser o inimigo. Há aqueles óbvios, mas outros que te pegam com as calças na mão.
E lembre-se, como é baseado em Mitologia, muita coisa estranha pode acontecer, porque na cabeça dos deuses, eles podem tudo.

O ritmo é bom. Conexão total com os personagens. Sem cliffhanger.
Uma série interessante a se acompanhar.

5 estrelas.

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Comentários

  1. Bom saber! Vou recomeçar o livro então.Tinha parado na metade, pois apesar de estar gostando, estava achando muito parado e acabei desanimando. O que mais me chamou a atenção foi justamente esse aspecto mitológico, que adoro!!!!

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