[Maratona Rom Hist] Tessa Dare - A Dama da Meia-noite (Spindle Cove #3)




Ficha técnica: A Dama da Meia-noite (A Lady by Midnight)
Autora: Tessa Dare
Editora Gutenberg
Lançamento original: agosto/2012
Lançamento BR: novembro/2015  PRÉ-LANÇAMENTO
288 páginas
POV: terceira pessoa
Gênero: Romance de época; Chick Lit

Protagonistas: Cabo Samuel Thorne e Srta. Kate Taylor
Local/ano: Sussex, Inglaterra/1814

"Pode um amor avassalador apagar as marcas de um passado sombrio?

Após anos lutando por sua vida, a doce professora de piano, Srta. Kate Taylor, encontrou um lar e amizades eternas em Spindle Cove. Mas seu coração nunca parou de buscar desesperadamente a verdade sobre o seu passado. Em seu rosto, uma mancha cor-de-vinho é a única marca que ela possui de seu nascimento. Não há documentos, pistas, e nem ao menos lembranças…

Depois de uma visita desanimadora para sua ex-professora, que se recusa a dizer qualquer coisa para Kate, ela conta apenas com a bondade de um morador de Spindle Cove, o misterioso, frio e brutalmente lindo, Cabo Thorne, para voltar para casa em segurança. Embora Kate inicialmente sinta-se intimidada por sua escolta, uma atração mútua faísca entre os dois durante a viagem. Ao chegar de volta à pensão onde mora, Kate fica surpresa ao encontrar um grupo de aristocratas que afirma ser sua família.
Extremamente desconfiado, Thorne propõe um noivado fictício à Kate, permitindo-lhe ficar ao seu lado para protegê-la e descobrir as reais intenções daquela família. Mas o noivado falso traz à tona sentimentos genuínos, assim como respostas às perguntas de Kate.

Acostumado com combates e campos de batalhas, Thorne se vê na pior guerra que poderia imaginar. Ele guarda um segredo sobre Kate e fará de tudo para protegê-la de qualquer mal que se atreva atravessar seu caminho, seja uma suposta família oportunista… ou até ele mesmo."



Kate morava em Spindle Cove já há algum tempo e era querida por todos. Dava aula de canto e piano às moças na casa de chá/taverna Touro e Flor. Participava das atividades diárias (lembra aquele esquema de: segunda-feira caminhada pelo campo; terça-feira para banhos de mar...?) e ajudava nas festividades da pequena cidade, como a feira que estava se aproximando.
Mas apesar de sua independência e das amizades, ela se sentia só e perdida.
Kate só se lembrava de sua infância na escola Margate. Apesar da dura vida, ela procurava manter o espírito leve e estava sempre sorrindo.
Por isso, quando soube que a antiga diretora de Margate, a Srta. Paringham, estava morando em Hastings, uma cidade não muito longe, ela decidiu visitá-la e tentar descobrir algo de seu passado.

A Srta. Paringham mostrou-se ser uma mulher solteirona, amarga e que não gostava de Kate porque a considerava "marcada pelo pecado".
Saindo da casa da velha senhora sentindo-se desamparada e perdida, Kate acaba perdendo a última carruagem do dia para voltar a Spindle Cove, e não tinha dinheiro suficiente para passar a noite numa estalagem.
Como havia gastado algum comprando novas partituras, achou que poderia tentar devolvê-las na loja e pegar o dinheiro de volta. Mas parte das partituras voa, e num afã de tentar recuperá-las, quase acontece um acidente com uma carruagem. E quase Kate é chicoteada por um condutor enfurecido. 
Nessa hora, a pessoa mais improvável para salvá-la aparece. O Cabo Thorne.

Thorne havia chegado em Spindle Cove há um ano, com Bram e Payne.
Agora, ele estava preso àquela cidade, tomando conta do regimento, já que os dois anteriores haviam se casado e passavam mais tempo em suas casas em Londres, e Bram, inclusive, já tinha uma filhinha.

Seu comportamento deixava os moradores de Spindle Cove intrigados, sempre quieto, sisudo, e as mulheres, suspirando, com seu físico avantajado, seu uniforme sempre impecável e sua fama - entre as viúvas - de que era muito bom de cama.
Mas por alguma razão, ele e Kate pareciam não se dar bem.
Quando ela chegava no ambiente em que ele estava, ele dava um jeito de partir. E tinha que ser logo ele a salvá-la de ser chicoteada por um estranho?

Kate já se sentia suja, humilhada suficiente para ainda ter de lidar com a pena do Cabo Thorne, mas ele, não sendo um cavalheiro, mas um soldado encarregado de proteger os cidadãos de Spindle Cove, se sentia no dever de escoltá-la até em casa. E como não poderiam passar a noite numa estalagem ou alugar uma carruagem para ela, eles teriam de viajar juntos no mesmo cavalo.
Ela não iria aceitar uma proposta dessa tão facilmente, mas algo surgiu para quebrar o gelo. Um filhote de lurcher, um cão de caça, que Thorne havia ido até Hastings buscar.
O pequeno animal tinha uma mancha cinza sobre o olho direito, e logo Kate se identificou com ele.
Ela também estava marcada por uma mancha cor de vinho na têmpora, quase em forma de coração. Tentava esconder com chapéu ou parte do cabelo, mas era visível para qualquer pessoa que a encarasse. Isso a fazia se sentir menos desejável; isso a levava crer que os homens não a queriam pela mancha; essa era marca do pecado a que a Srta. Paringham se referiu antes.

Apegada ao cachorro, Kate lhe dá o nome de Xugo, por ele lembrar um texugo. E os três partem de volta a Spindle Cove.

O retorno, íntimo demais, acaba levando-os a conversarem sobre assuntos que normalmente Thorne não gostaria de lembrar. E por conta disso, acontece o primeiro beijo deles. O primeiro beijo DELA.
Apesar do beijo, ele deixa claro para ela que nada entre eles poderia acontecer. Ele estava com passagem marcada para dali a poucas semanas para a América.

Entretanto, ao chegarem onde ela morava, visitas surpreenderam-na, e deixaram-no desconfiado.
Os Gramercy chegaram a Spindle Cove trazendo consigo um antigo retrato de uma mulher nua e grávida, e a semelhança dessa mulher com Kate era estarrecedora. Tudo levava a crer que Kate era a criança que ela carregara no ventre e isso significava que aqueles estranhos eram seus parentes.

Depois de tanta busca e de sofrer a humilhação pela antiga diretora, quando lhe jogou na cara que ninguém a quis naquela época, e que não a iam querer agora, ali estava Kate diante do que seriam seus parentes.
Os irmãos Lark, Harriet e Evan e sua tia Sageera, mais conhecida como tia Sagui. Além disso, havia Bennett, outro irmão deles, que estava viajando pelo Indocuche, e Calista, que morava no norte com o marido e o bebê.
Investigações ainda precisavam ser feitas para confirmar a autenticidade de seu parentesco, mas os Gramercy acreditavam que estavam de fato de frente à filha do ex-marquês de Drewe.

Thorne achou tudo muito estranho. Os Gramercy pareciam ser uma família bizarra, que dava pouca importância às convenções sociais, que se orgulhavam de ter muitos escândalos na família e pareciam ávidos demais a querer aceitar Kate como uma deles.
No dever de protegê-la (aham...ele quer enganar a quem?), ele decide tomar para si a responsabilidade e diz em alto e bom som que Kate não iria a lugar algum porque eles estavam noivos.




Ué! Mas ele não tinha acabado de dizer que não teria nada com ela porque estava de partida para a América?
Mas seria só até ele desmascarar os Gramercy e colocá-los pra correr.

Os parentes decidem então ficar pela cidade enquanto a investigação é feita a pedido de Evan, o atual marquês. Participariam da feira de Spindle Cove que aconteceria dali a uma semana e aproveitariam para conhecer a nova parente. 

Kate fica conhecendo a história - escandalosa - do romance de seus pais. Mas ainda havia uma lacuna: por que sua mãe a abandonara em Margate? Por que, com a morte de seu pai, elas não foram procurar a família dele?
E havia muito ainda dos Gramercy para conhecer, como o fato de que Evan já havia participado de 5 duelos (um recorde até mesmo para aquela época) e que Harriet, que preferia ser chamada de Harry, vestia-se de maneira não tradicional para uma dama e tinha... uma namorada.

Enquanto protegia Kate, o maior medo de Thorne era que ela se lembrasse de seu passado. Ele e ela tinham mais em comum do que ele gostaria de dizer. Mas uma série de contratempos ao longo dos próximos dias faz a fagulha da memória de Kate se acender.
Sabendo, agora, quem era Thorne e qual era o papel dele em sua vida, Kate não ia querer que ele se evadisse de sua vida. Mas se ela era mesmo filha de um marquês, sendo uma dama, ela jamais poderia ficar com alguém da estirpe dele.
E em poucos dias, Kate se viu envolvida entre escolhas. Do jeito que as situações se apresentavam, em qualquer uma delas, ela seria parcialmente feliz. Haveria alguma forma de ela conseguir ser plenamente feliz?

Thorne encontrou a solução perfeita para se livrar de Kate, mas ele não contava que ela tinha em mãos a resposta para o tão sonhado final feliz...



Em pouco tempo, Kate se viu de uma pessoa totalmente sozinha a alguém rodeado por pessoas barulhentas, calorosas e cheias de histórias para contar. Além disso, seu passado, há muito esquecido em sua mente, brota trazendo-lhe revelações que talvez ela não gostasse de partilhar.
Mas o mais importante estava ali, a poucos metros dela, a pessoa que fez toda a diferença em sua vida.

Atividades ao ar livre, bailes, feiras. Nada em Spindle Cove acontece da forma que deve ser. Tudo sempre termina em brigas, escândalos, confusão. Mas também há uma grande chance de que tudo isso leve ao encontro do grande amor.

Há alguma chance do livro 3 ser ainda melhor que os dois anteriores? HÁ!

Cabo Thorne já era intrigante para mim desde o primeiro livro, com seu jeito caladão, mas aqui ele tornou-se o verdadeiro príncipe em armadura prateada.
O enredo é lindo. Tem uma ponta de tristeza; há uns trechos em que você sentirá o seu coração dar uns pinotes, mas o final é de arrepiar.
Para mim, o melhor da série...até agora.

Romance, ritmo, personagens e final perfeitos.

5 ESTRELAS!!!

*ARC cedido pela editora em troca de uma resenha com opinião honesta.
**Gravura>> Jon Paul Ferrara> www.jonpaulstudios.com

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