Huntley Fitzpatrick - Minha Vida Mora ao Lado




Ficha técnica: Minha Vida Mora ao Lado (My Life Next Door)
Autora: Huntley Fitzpatrick
Editora Valentina
Lançamento original: Junho/2012
Lançamento BR: 11/NOVEMBRO/2016  PRÉ-LANÇAMENTO
320 páginas
POV: primeira pessoa - Sam
Gênero: Romance Contemporâneo; Young-adult; Drama

Protagonistas: Samantha Reed e Jase Garrett
Local/ano: Stony Bay,Connecticut/atual

Minha mãe nunca ficou sabendo de uma coisa, algo que ela reprovaria radicalmente: eu observava os Garrett. O tempo todo.

"Os Garrett são tudo que os Reed não são. Barulhentos, caóticos e afetuosos. São de verdade. E, todos os dias, de seu cantinho no telhado, Samantha sonha ser uma deles, ser da família. Até que, numa noite de verão, Jase Garrett vai até lá e...
Quanto mais os adolescentes se aproximam, mais real esse amor genuíno vai se tornando. Contudo, precisam aprender a lidar com as estranhezas e maravilhas do primeiro amor. A família de Jase acolhe Samantha, apesar dela ter que esconder o namorado da própria mãe.

Até que algo terrível acontece, o mundo de Samantha desmorona e ela é repentinamente forçada a tomar uma decisão quase impossível, porém definitiva. A qual família recorrer? Ou, quem sabe, Sam já é madura o bastante para assumir suas próprias escolhas? Será que está pronta para abraçar a vida e encarar desafios?
Quem você estaria disposto a sacrificar pela coisa certa a se fazer? O que você estaria disposto a sacrificar pela verdade?"

Samantha tinha 10 anos de idade quando os Garretts se mudaram para a casa ao lado.
Para sua mãe, eles representavam tudo que era ruim: eram ruidosos, bagunceiros, filhos demais - eram 8!! -, não cuidavam do jardim, largavam brinquedos pelo quintal, a mãe insistia em amamentar o bebê do lado de fora da casa ou sentar no colo do marido na varanda (que horror!!). E lembravam a família de seu ex-marido.
Para Samantha, eles significavam tudo que ela não tinha: ela não conhecera seu pai (ele partira antes mesmo que ela nascesse), portanto, não podia comparar os Garretts com os Reeds, mas ela sabia que eles eram ruidosos, bagunceiros... e afetuosos uns com os outros.

A vida da Sra. Grace Reed, que sustentava as filhas graças a um fundo de pensão, tinha seus motivos para ser amarga. Apaixonara-se por um homem - que vinha de uma grande família ruidosa -, casaram-se, tiveram duas filhas: Tracy e Samantha, e ela se viu sozinha. Ela limpava a casa com aspirador de pó mais de uma vez por dia, tinha suas comidas armazenadas cuidadosamente em potes e em prateleiras específicas na geladeira e fazia a mais deliciosa limonada da redondeza.
Apesar de ter sido educada dando as boas-vindas aos novos vizinhos, não passou disso. Nada de fazer amizade. E com o tempo os Garretts pararam de tentar.
Mas Samantha ficava entre o vão da janela de seu quarto e o telhado vigiando-os, gostando do que via, desejando fazer parte daquilo. E ficou assim por longos anos...

Até que um dia, um dos Garretts se aproximou e se apresentou. E ela passou a fazer parte daquela família caótica e envolvente.
Aos poucos Samantha foi identificando quem era quem, os nomes que ela ouvia sendo chamados.
Joel, Alice, Jase, Andy, Duff, Harry, George e Patsy.
Joel era o mais velho, tinha pinta de badboy com sua moto e a jaqueta de couro. Era também o atleta da família, tendo ganhado vários prêmios e aparecido no jornal local. Alice era a filha rebelde, que a cada semana pintava os cabelos de uma cor berrante, usava roupas escandalosas e vivia trocando de namorado. Jase, Andy, Duff e Harry eram os do meio. A princípio Samantha não sabia quem era quem, mas ela sabia que Harry era o que vivia se metendo em confusão porque o refrão costumeiro que ela escutava da janela era "Harry! Como pôde??". Andy era aquela que vivia desaparecendo e seu nome sendo berrado pela vizinhança. Patsy era a bebê, ainda aprendendo suas primeiras palavras. George vinha antes dela. Era muito esperto para sua pouca idade e tinha o vício de assistir o canal Discovery. Isso significava um vocabulário enorme e também um medo danado de tragédias e de morrer jovem.

E foi nesse ambiente que Samantha entrou e foi bem recebida. Logo ela estava se safando das questões estranhas levantadas por George e bancando a babysitter deles.

Para ela foi um bálsamo porque de uns anos para cá, a vida da família Reed, que já era meio fora dos padrões, tinha dado uma guinada.
Sua irmã Tracy havia entrado na fase rebelde. Envolveu-se em roubo de loja, fez terapia, vivia trocando de namorado. O atual era Flint, um instrutor de tênis, mas também filho de uma famíia bem conceituada economicamente em Stony Bay.
O que para Grace Reed era ótimo porque há uns cinco anos ela se meteu na política. E estava prestes a encarar a campanha de reeleição. Isso significava que Samantha passava longos períodos sozinha.
Além disso, sua melhor amiga, Nan Masion, estava para lá de estressada dividindo seu tempo entre o novo namorado, Daniel (se devia ou não transar com ele) e sua aplicação para entrar na universidade Columbia.

Por saber que sua mãe não aprovaria seu envolvimento com um Garrett, Samantha a princípio os mantém fora do radar, sem contar nem mesmo à melhor amiga. Mas numa cidade pequena, quase nada fica em segredo. Mesmo porque Samantha, durante as férias de verão, sempre trabalha pela manhã na lanchonete local ou ainda como salva-vidas do clube. E sua mãe, por estar na política, é uma figura pública importante na cidade.

Logo Tim, o irmão totalmente desparafusado das ideias de Nan, descobre sobre o namoro de Sam e Jase. Tim vivia se metendo em confusão, tendo sido expulso de várias escolas e empregos. 
O Sr. Garrett resolve dar uma chance ao moço, convidando-o para trabalhar na loja de ferramentas da família. E com isso, Tim também passa a frequentar a casa dos Garretts - isso sem contar que ele já estava de olho em Alice desde uma certa confusão em que ele se meteu...

Uma cidade pacata; uma família grande, amorosa e comum; uma outra, vizinha, que tem princípios mais altos e não quer se envolver; uma menina solitária que só queria fazer parte, e uma série de acontecimentos que mexem com a moral e o verdadeiro significado entre o certo e o errado. E dessa vez, Samantha terá que escolher de que lado ficará...

Stony Bay, Connecticut


À primeira vista um romance contemporâneo young normal. Você acha que vai encontrar a velha história da menina que se apaixona pelo garoto vizinho, que as famílias não se dão muito bem, mas ainda assim eles vão atrás do que sentem, blá blá blá Whiskas sachê.

Mas não.

A narrativa pelo ponto de vista de Samantha nos mostra exatamente o que se passa ao redor, com suas nuances, os aspectos transmitidos pelo lado da mãe dela (ter uma vida amarga a princípio por ter sido abandonada pelo marido com uma filha de 1 ano e outra ainda na barriga) para depois se transformar numa mulher obcecada pela organização e limpeza; a amiga, que depois de tantos anos e tantos segredos compartilhados, finalmente mostra sua cara; o cara maluco beleza que se transforma de um irresponsável a um amigo para todas as horas; e finalmente, a família enorme, que tinha um calor humano nunca vivido por ela, em sua casa imaculadamente limpa por aspirador duas vezes ao dia.

Os Garretts eram muitos sim, e os pais tinham noção disso, e viviam ouvindo de desconhecidos (in)diretas sobre o absurdo que era colocarem tantos filhos no mundo. Mas eles iam adiante, cheios de amor, carinho, solidariedade, amizade.

A autora traz muito bem como certos princípios podem ser distorcidos; como os valores, antes tão considerados, podem ser escondidos debaixo do tapete quando os interesses são outros, e o quão importante é posicionar-se a fazer o certo.
Samantha primeiro se vê escondendo de sua mãe a amizade que fizera com os vizinhos, mas depois, ela teria de decidir se outras verdades deveriam ser camufladas em prol do chamado bem maior.

Não vou dar spoiler. Algumas revelações merecem ser lidas em primeira mão para que sua reação seja genuína. 
Mas posso dizer que quando pensei que o livro seria uma "água rasa", ele mostrou-se de uma profundidade que me surpreendeu. Personagens que antes era apagados, tomaram uma dimensão tamanha, e exatamente por isso quero ler os próximos.

Veja bem, os livros não são classificados como uma série, mas trazem alguns personagens mencionados neste aqui.



Ritmo calmo.
Personagens que vão te ganhando aos poucos, mas o primeiro capítulo me pegou de vez.
Conexão com personagens e até com algumas passagens.
Sem cliffhanger.

5 estrelas

Sobre a autora



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