[ESPÓLIO BIENAL] Mia Sheridan - A Voz do Arqueiro (Signos do Amor #1)



Ficha técnica: A Voz do Arqueiro (Archer's Voice)
Autora: Mia Sheridan
Editora Arqueiro
Lançamento original: 2014
Lançamento BR: 2015
336 páginas
POV: primeira pessoa - Archer e Bree
Gênero: Romance contemporâneo; Chick Lit; Drama

Protagonistas: Bree Prescott e Archer Hale
Local/ano: Pelion, Maine/atual (16 anos antes)

"Bree Prescott quer deixar para trás seu passado de sofrimentos e precisa de um lugar para recomeçar. Quando chega à pequena Pelion, no estado do Maine, ela se encanta pela cidade e decide ficar.

Logo seu caminho se cruza com o de Archer Hale, um rapaz mudo, de olhos profundos e músculos bem definidos, que se esconde atrás de uma aparência selvagem e parece invisível para todos do lugar. Intrigada pelo jovem, Bree se empenha em romper seu mundo de silêncio para descobrir quem ele é e que mistérios esconde.

Alternando o ponto de vista dos dois personagens, Mia Sheridan fala de um amor que incendeia e transforma vidas. De um lado, a história de uma mulher presa à lembrança de uma noite terrível. Do outro, a trajetória de um homem que convive silenciosamente com uma ferida profunda.

Archer pode ser a chave para a libertação de Bree e ela, a mulher que o ajudará a encontrar a própria voz. Juntos, os dois lutam para esquecer as marcas da violência e compreender muito mais do que as palavras poderiam expressar."

Esteja na cidade em que pela última vez sua família estava unida e feliz.
Pegue uma flor Dente-de-Leão, assopre e faça um pedido...



Bree chega a Pelion em busca de um recomeço. Mas esse recomeço está intimamente ligado ao seu passado; a este lugar em que ela, o pai e a mãe foram felizes durante as férias, para depois, receberem a notícia de que a mãe estava doente e morrer em seis meses.

Uma casa tranquila na parte da cidade em que tem moradores de fato, e não turistas. Tendo como vizinha a simpática Sra. Anne Cabbot, que acaba lhe recomendando o trabalho na lanchonete local, a Norm's.
Bree, em companhia de sua cachorrinha Phoebe, buscava por paz e tranquilidade. Silêncio interior. Mas este silêncio acabou entrando em sua vida de fato através de uma pessoa. Uma pessoa silenciosa, que para muitos na cidade era um ser praticamente invisível, mas que por dentro fazia mais barulho do que qualquer terremoto.

Archer Hale perdeu os pais aos 7 anos, numa confusão na estrada, seguida por uma tragédia. De lembrança vívida deste dia ele tem o seu silêncio. Ele ficou mudo. Orfão, acabou sendo criado por um tio que tinha esquisitices de achar estar sendo vigiado por espiões. Cresceu sendo educado em casa, sem amigos.
Ao encontrar Bree numa tarde no estacionamento da farmácia, ele acha graça do jeito espevitado dela, e pelo fato de ela ter tantos chocolates na sacola em que arrebentou ao chão. Mas foi só isso; um encontro por acaso.

Mas ao começar a se enturmar na cidade, a trabalhar na lanchonete, a andar de bicicleta pelas redondezas, Bree não consegue deixar de pensar naquele homem que fazia questão de passar incógnito e que todos na cidade soubessem tão pouco a respeito dele, mesmo ele sendo um morador de lá desde que nascera.

A família Hale era poderosa na cidade. Travis era policial, primo de Archer. Pleiteava a vaga de chefe de polícia, que anos antes havia sido de seu pai, Connor. Victoria Hale - ou Tori - como esposa viúva do filho mais velho dos Hale, cuidava do patrimônio familiar que seria herdado pelo filho Travis quando este completasse 25 anos. Os planos dela eram transformar a cidade de Pelion num grande balneário, com hotéis cada vez mais chiques para atraírem mais turistas.

As poucas versões de histórias que Bree conseguira juntar dos moradores sobre os Hale, querendo saber mais sobre Archer, acabavam numa grande confusão sobre amores proibidos, cônjuge abusivo, fuga, acidente, mortes.
Entretanto, Bree também tinha sua parcela de esqueletos no armário que há meses a faziam sofrer de pesadelos.
Há poucos meses, a delicatessen do pai dela foi vítima de assalto e ele acabou baleado pelo drogado, que já estava prestes a violentá-la quando a sirene da polícia o fez correr.

Ao se aproximar de Archer, travar uma amizade com ele e passar a vê-lo todas as tardes, ambos não sabiam que apesar de serem tão diferentes, eles eram iguais. Ambos lutavam contra seus fantasmas; ambos estavam destroçados, mas, de alguma maneira, a dor dele com a dor dela criou um antídoto que nem eles entendiam como funcionava. Simplesmente estava lá.

As feridas eram profundas. Havia medos diários a serem vencidos, mas aos poucos, sem pretensões, eles conseguem. O relacionamento vai crescendo paulatinamente e de uma boa amizade, um sentimento mais forte brota e eles já não conseguiam esconder nem de si mesmos, nem das pessoas da cidade. E isso incomodou algumas pessoas.

Foi quando, de ambos os lados, parte do passado teimou em voltar. Segredos que deveriam ter permanecidos escondidos estavam vindo à tona e alguém precisava impedir que isso acontecesse.
O que era para ser apenas mais uma história de amor acaba tornando-se alvo de ameaças, extorsão e morte...

"...por causa de sua bondade e generosidade, Zeus o tornou parte das estrelas. No céu, sua beleza poderia ser vista por toda a eternidade. O centauro se transformou na constelação de Sagitário, que os gregos antigos chamavam de 'O Arqueiro'."

Um romance contemporâneo recheado de drama, mas descrito com uma docilidade que faz com que você queira virar uma página, e mais outra, e mais outra...
Tudo começa com a lenda de Quíron, o Centauro.

Sua simbologia tem tudo a ver com a história do próprio Archer Hale.
O drama vivido por este garoto é tão complexo que só lendo mesmo para entender a profundidade de suas feridas; o tanto que ele teve de lutar para tornar-se o homem que virou.
Bree também sofreu na vida, ao perder a mãe tão cedo. Passou anos ainda tendo a companhia do pai, mas também perde este de uma forma violenta. Seus medos e desesperança a levam a fugir para seu último lugar feliz e isto a leva aos braços do homem que em meio ao seu silêncio faz da vida dela um grande musical.

Apesar de a curiosidade tê-la levado a forçar a barra para se aproximar de Archer, as trocas deles eram interessantes para ambas as partes.
Archer era mudo por conta de um acidente na infância, mas não surdo. Sabia a linguagem de sinais - e por isso só já fiquei cativada pela história - mas não tinha com quem usar porque aprendera sozinho. Bree, por sua vez, sabia a linguagem porque seu pai fora surdo sempre. Essa troca entre eles foi mais do que benéfica.

Mas além disso, cada um injetou no outro coragem para encarar seus demônios. Mas parte desses demônios eram reais, eram pessoas, e essas reapareceram para assustá-los.
Cabia a eles agora lutar pelo concreto, sendo conscientes do que realmente aconteceu com cada um, e dentro dessa luta, manterem aceso o sentimento que nasceu da amizade, mas tornou-se algo muito mais precioso.

Um história que encanta, emociona, surpreende e cativa.
Cada livro da série é dedicado a um casal, um signo, um drama, uma vitória.
Há uma discussão quanto a ordem de lançamento pela editora nacional, diferente do encontrado no site da autora.
Como os casais são histórias independentes, o mais importante é que no final a gente consiga ter a coleção completa. A ordem que você vai colocar os seus livros na estante não importa. Mas vale muito a pena a leitura de cada um deles, e eu pretendo fazer exatamente isso.
Se todas elas trouxerem o carisma e a lição de vida de Archer, já fico feliz.

Próximo livro da série



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Sobre a autora


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*Livro cedido pela editora, em parceria, em troca de uma resenha de opinião honesta

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