Maratona Romances Históricos: Julia Quinn - Para Sir Phillip, Com Amor (Os Bridgertons #5)



Ficha técnica: Para Sir Phillip, Com Amor (To Sir Phillip, With Love)
Autora: Julia Quinn
Editora Arqueiro
Lançamento original: 2003
Lançamento BR: 2015
288 páginas
POV: terceira pessoa
Gênero: Romance Histórico  

Protagonistas: Sir Phillip Crane e Eloise Bridgerton
Local/Ano: Gloucertershire; Wiltshire; Londres, Inglaterra/1823/24


"Eloise Bridgerton é uma jovem simpática e extrovertida, cuja forma preferida de comunicação sempre foram as cartas, nas quais sua personalidade se torna ainda mais cativante. Quando uma prima distante morre, ela decide escrever para o viúvo e oferecer as condolências.
Ao ser surpreendido por um gesto tão amável vindo de uma desconhecida, Sir Phillip resolve retribuir a atenção e responder. Assim, os dois começam uma instigante troca de correspondências. Ele logo descobre que Eloise, além de uma solteirona que nunca encontrou o par perfeito, é uma confidente de rara inteligência. E ela fica sabendo que Sir Phillip é um cavalheiro honrado que quer encontrar uma esposa para ajudá-lo na criação de seus dois filhos órfãos.
Após alguns meses, uma das cartas traz uma proposta peculiar: o que Eloise acharia de passar uma temporada com Sir Phillip para os dois se conhecerem melhor e, caso se deem bem, pensarem em se casar?
Ela aceita o convite, mas em pouco tempo eles se dão conta de que, ao vivo, não são bem como imaginaram. Ela é voluntariosa e não para de falar, e ele é temperamental e rude, com um comportamento bem diferente dos homens da alta sociedade londrina. Apesar disso, nos raros momentos em que Eloise fecha a boca, Phillip só pensa em beijá-la. E cada vez que ele sorri, o resto do mundo desaparece e ela só quer se jogar em seus braços.
Agora os dois precisam descobrir se, mesmo com todas as suas imperfeições, foram feitos um para o outro."


LANÇAMENTO


Eu não sei quanto a vocês, mas a cada livro dessa série, eu fico pensando como a autora vai superar o anterior. Sim, porque com tantos irmãos e suas histórias de amor a serem escritas, fica realmente difícil criar novos enredos, intrigas e situações engraçadas em família. Mas posso dizer que mais uma vez, neste aqui, a autora soube dar conta do recado muito bem.

Começando pelo par romântico, que não é um Bridgerton, temos Phillip Crane. O segundo filho de um baronete extremamente rígido, que tinha o filho mais velho George como o preferido. Criados no extremo da austeridade, ambos tinham que se mostrar serem os melhores em tudo, ou então o castigo seria bem severo. George sempre se mostrou mais forte, mais atlético e, com isso, era o mais amado pelo pai. Phillip era tolerado e cobrado em dobro.
Na fase adulta Phillip estava feliz com sua posição de segundo filho. Seu campo de interesse era a botânica e ele seguiu estudando-a em Cambridge. Mas seu irmão morreu na batalha de Waterloo e Phillip foi obrigado a tomar o seu lugar como cavalheiro e aristocrata rural. Um pouco depois da morte de seu irmão, seu pai também faleceu.

Encontramos Phillip casado com Marisa e pai de um casal de gêmeos, Oliver e Amanda, já com 7 anos.
Marisa era uma mulher melancólica e após o nascimento dos filhos tornara-se pior, sempre trancada em seu quarto, com as cortinas fechadas.
Em pleno inverno inglês, depois de semanas com chuva, finalmente o sol resolvera sair. Seria ótimo para as crianças darem um passeio pela propriedade. Mas enquanto estava em sua estufa trabalhando, Phillip vê sua esposa passar em direção à floresta. Preocupado com o estado de ânimo dela, pois não queria que os filhos encontrassem a mãe num estado de tristeza profunda, ele a segue e a encontra se encaminhando para o lago. Ele a chama mas ela insiste em entrar. Phillip entra atrás e consegue salvá-la do afogamento, mas três dias depois ela morre, pela febre alta e a falta de vontade de seguir vivendo. Agora lá estava ele, com dois filhos pequenos, endiabrados e relegados à criação pela babá, numa casa em que os sorrisos eram quase inexistentes.

Ele precisava de uma nova esposa. Os requisitos não eram muitos. Nada de riqueza, beleza, ou grande inteligência. Ela simplesmente precisava ser feliz.

Entre as cartas de condolências que ele recebe, e não foram muitas porque Marisa não era dada a amizades, uma veio de uma prima distante dela, Eloise Bridgerton. Educadamente ele responde agradecendo pela gentileza dela e em troca ele envia uma flor prensada. Ela responde de volta e com isso eles começam uma troca de correspondência que dura cerca de um ano.
Phillip descobre que Eloise é uma pessoa interessante e que à idade de 28 anos ainda estava solteira. Que ótimo senso de oportunidade! Ele precisava de uma esposa e vinha se correspondendo com uma solteirona há um ano. Aproveitando a chance, ele a convida a passar uns dias em Romney Hall, casa dele, para que se conhecessem melhor e, quem sabe, ela pudesse tornar-se sua esposa.

Uau! Um pedido de casamento inesperado e estranho, mas Eloise, apesar de ser conhecida entre os da família a mais falante e que adorava escrever cartas, nunca comentara sobre Sir Phillip com ninguém, nem mesmo com sua melhor amiga Penelope Featherington, que se casara com seu irmão Colín há pouco tempo.
Mesmo tendo rejeitado 6 pedidos de casamento, Eloise começava a sentir um senso de urgência que nunca tivera e decidira que iria se arriscar nessa aventura.
Aproveitando um baile oferecido por Daphine e o duque, Eloise sai um pouco depois do início da festa e viaja até a propriedade de Phillip.
Chega lá sem uma dama de companhia e pegando-o de surpresa.
Primeira impressão dele?

“Porque a mulher parada em seu hall era jovem e muito bonita, e, quando ela levantou o rosto para olhar para ele, Phillip notou que a moça tinha os olhos acizentados mais encantadoramente lindos que já vira.
Ele poderia se afogar naqueles olhos. E, como era de imaginar, Phillip nunca pensava na palavra afogar de forma leviana.”

Passado o primeiro impacto, veio outro...para ela. Os filhos dele começam a aprontar, e ela sequer sabia que ele tinha filhos, quanto mais à idade de 8 anos.
Oliver e Amanda não gostaram muito da chegada de Eloise e tentaram afugentá-la, mas Eloise fazia parte de uma família grande e sabia exatamente como retaliar peripécias de meninos incorrigíveis.
Com pouco tempo que estava na casa, Eloise conquistou os empregados (indo tomar lanche na cozinha e conversando com eles); os filhos dele (após um episódio particularmente dolorido para ela, ela conseguiu fazer com que eles dessem uma oportunidade a ela de se conhecerem) e o próprio Phillip (com seu jeito falante, petulante e seu sempre sorriso). Sim, era disso que ele precisava. Uma mulher que soubesse lidar com seus filhos, admistrasse sua casa e correspondesse aos seus rompantes apaixonados e suas necessidades físicas.


 Tudo parecia estar se encaminhando bem, eles estavam começando a se entender, quando no meio do jantar uma comoção acontece à porta de Phillip e de repente ele se vê encurralado à parede, segurado por dois pares de mãos que queriam enforcá-lo, enquanto outras duas pessoas observavam a cena aprovando a ação. Simplesmente os homens Bridgertons descobriram o paradeiro de Eloise e aportaram lá para salvar a honra da irmã.

Bom, agora o casamento teria de sair de qualquer maneira, mas seria da maneira que Eloise sonhara?
Enquanto 3 de seus irmãos e suas duas irmãs, Daphne e Francesca, haviam se casado por amor, ela estava presa na teia de comprometimento do qual ela não poderia culpar ninguém, a não ser a si mesma  por ter sido impulsiva e ter ido para Romney Hall no meio da noite desacompanhada.
Mas será que ao longo daqueles dias em que se viram, tanto na residência de Phillip, quanto na de Benedict, eles não puderam desenvolver nada além de simpatia?

Ser colocada numa situação comprometedora e ter de casar não era novidade para os Bridgertons. O próprio Anthony, Visconde, responsável pela família, fizera o mesmo, mas de uma forma ou de outra, o casamento de cada Bridgerton até agora tivera o amor por trás, mesmo que escondido e só revelado mais tarde.
Eloise não via a sua situação de maneira semelhante.
Phillip não parava de dizer o quanto ela era perfeita... para ser mãe dos filhos dele. E mesmo quando ele ousadamente mostrou a ela como "eles se dariam bem", ela ainda tinha dúvidas se eles poderiam vir a se amar.

As confusões em que eles se metem são muitas, tanto entre o casal, quanto com as crianças envolvidas; mas o muito que cada um poderia ensinar também era tão imenso quanto.

E o diálogo final, quando Phillip explica a Eloise o porquê dele considerá-la tão mais que Marisa, é lindo.

"Você tem de ser feliz."

Já li o livro várias vezes e amo várias partes. Claro que a cada vez que a família se encontra é uma festa para o leitor. Atenção nas partes da chegada dos irmãos à casa de Phillip e também à cena do tiro.

Diversão e romance na certa.

5 ESTRELAS!!!

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